Thursday, June 01, 2006

Hello

Regressei ontem à cidade. Apesar de achar a minha aldeia lindíssima e o ambiente muito relaxado, continuo a ter dificuldade em lidar com o isolamento. Não é que não goste de passar o dia a ver montes, búfalos e pássaros. Divido o meu tempo entre a escola, caminhos e livros. As crianças são grande tónico mas mesmo assim sinto-me preso e stressado. A comida é óptima. As noites são relaxadas e não existe ponta de stress e pressas nas pessoas. Eu por vezes rebento por estar ali, naquele bocado de terra apenas a duas horas da cidade. Decidi no entanto levar avante o voluntariado. O visto para a Índia não vai ser utilizado. Como os putos têm 45 dias de férias apartir do dia 15 de Junho (altura de começar a trabalhar e cultivar arroz) devo mudar de ares e voltar para Kathmandu. Um orfanato no vale deve ser o destino. Curioso é o facto de após os 45 dias de férias seguirem-se apenas 10 dias de aulas e depois outros 15 dias de férias e posteriormente aulas intermitentes devido aos numerosos festivais religiosos. Não admira que muitas das crianças com doze anos não saibam ler. Existem montes de crianças com problemas de olhos. Ao lerem colocam-se a menos de um palmo das letras. Acho que ninguém sabe o porquê disso. Tinham-me dito que o primeiro autocarro para a cidade passava às 7 horas. Vinte minutos antes da hora já eu estava plantado no carreiro. Como tive que esperar bastante fui até à taberna mais próxima onde a comissão de moradores, vulgo grupo-de-homens, estava reunida a discutir sobre o estado da "estrada". É claro que todos falavam (berravam) ao mesmo tempo e pareciam insultar-se mutuamente.Ás 7h45 o autocarro lá apareceu.Passei a tarde a remar. Maggie e Júlia tinham combinado alugar um barco por meio dia. Eu, feito escravo, tive que dar uma de macho e remar (pq senão não saíamos do sítio). Eu avisei que não devíamos ir para longe porque teríamos que regressar e a corrente não ajudava. Pois sim.. Acabei por passar umas duas horas a remar contra a maré e a meia hora do fim começou a chover "cães e gatos". Estava a precisar de um banho mas não foi assim que imaginei.Devo voltar para a aldeia logo. Não sei o que as "voluntárias" querem fazer pois tínhamos combinado fazer um trekking de alguns dias. A french lady também quer ir só que daqui a uma semana. Como ela até domina estes montes sou capaz de ir com ela. Sem gastar € com guias. O problema nesta altura, como me tinham dito, são os sangue sugas. Já tive alguns "chupadores" nos meus pés e alguns sacanas são duros de arrancar.Não tenho seguido muito as notícias em Portugal. Sei que a selecção Sub-21 foi grande fiasco e que o Vítor Baía vai à Alemanha. Arranjou bilhetes! Tenho a certeza que quando chegar as coisas vão estar iguais, o que não é necessariamente mau. Terei algumas histórias para contar e muitas para ouvir.Ah, aqui não há Super Bock nem tremoços e a cerveja pode custar três vezes o preço da refeição. Mas fresquinha.

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