Wednesday, July 26, 2006

Vilar de Mouros - 1/5

A Banda da Guarda Nacional Republicana

Xutos & Pontapés num concerto regular



Mojave 3 - O melhor concerto de Vilar. Rock lo-fi melódico a roçar o intimista. Nada aproveitado pelo público. Voltem.


Vilar de Mouros - 2/5

Kussondulola - uma boa maneira de começar a acabar a noite


Sepultura


Sepultura

Vilar de Mouros - 3/5


Iggy Pop & The Stooges - Outro homem! 59 anos de pura adrenalina.. Um must do festival!
Rebentou com "I wanna be your dog", "Raw power", "1969" entre outras.. Levantou pó também! Faltaram alguns clássicos que destoariam na descarga eléctrica que aconteceu.



Sempre no activo!



Vilar de Mouros - 4/5



Soulfly - at last

Led On - Tribute to Led Zeppelin - Muito Bom

Tricky - O homem de Bristol em trance.

Vilar de Mouros 2006 - 5/5



Pixies 1/2





Mais uma vez os Pixies fizeram o povo gritar bem alto as músicas que "todos" conhecem na ponta da língua. Desta vez foi diferente. Um concerto só para eles, sem contar com os Vicius 5 de Lisboa, como o vocalista fazia sempre questão de lembrar. Era de esperar um ambiente mais dedicado, um partilhar de olhares a cada acorde e uma explosão de adrenalina a cada música, tal como na primeira vez. Mas não era a primeira vez. Nem segunda. Os Pixies foram repetitivos e igualaram todos os registos ao vivo que têm. Por isso foram perfeitos. Ou quase.
Apesar de poderem inovar e inventar algo mais em palco, os Pixies foram os Pixies de há quinze anos quando Frank Black abriu as cordas vocais em «Gouge Way» apesar dos quilos a mais e da Kim Deal continuar a parecer uma mulher.. despreocupada.
O concerto foi repetido. Como todos os outros que fazem. Faltaram algumas músicas mas as 27 escolhidas encheram as medidas da maior parte dos fãs. Foi um bom concerto com boa música, bom ambiente e grande som. Nada será como a primeira vez em 2004. Cada acorde no recinto do Super Bock Super Rock a rebentar pelas costuras acrescentava um pouco mais de insanidade ao ponto de ainda não conseguir descrever o que aconteceu naquela curta hora e vinte minutos.

Set List Pixies 20-07-06

«Bone Machine»
«Crackity Jones»
«Broken Face»
«Levitate Me»
«Cactus»
«Gouge Away»
«Caribou»
«Monkey Gone To Heaven»
«Debaser»
«Number 13 Baby»
«Is She Weird?»
«River Euphrates»
«Dead»
«Tame»
«Hey»
«Subbacultcha»
«Planet Of Sound»
«U-Mass»
«Wave Of Mutilation»
«Gigantic»

Encore

«Where´s My Mind?»
«Vamos»
«La La La Love You»
«Nimrod´s Son»
«Mr. Grieves»
«Ed Is Dead»

2º encore

«Here Comes Your Man»

Pixies - 2/2



Ó pra mim aqui com a set list incompleta

Wednesday, July 19, 2006

Os rapazes do Agro Punk



Os criadores do, e passo a citar, "Agro Punk Português", em plena acção no Braga Parque numa noite marcada pelo "Até para a semana" numa clara alusão à passagem dos grandes Alison Bentley à final. O que não aconteceu.

O Nuno

Recebi um mail de alguém que passou pela mesma experiência em 2004 e muitas outras que merecem uma visita aqui.
As palavras do Nuno, que me ajudou sempre que pôde, explicam de maneira simples aquilo que me aconteceu:



"Bem-vindo, digo eu como se estivesse em Portugal :)

Quero que saibas que fico feliz por teres vivido a experiência que viveste.
É brutal, não é? Não é fácil, mas compensa. Quando regressei perguntaram-me se eu tinha mudado por causa da viagem. Na altura respondi que não, que não tinha mudado, mas que foi como se durante a viagem tivesse instalado uma série de periféricos novos com novas funcionalidades que agora tenho ao meu dispôr.

Um abraço,
Nuno"




Lentamente vou apercebendo-me do impacto do Nepal no meu quotidiano.


Thursday, July 13, 2006

Back from a dream


Como explicar por palavras dois meses de sentimentos e emoções diversas? Como responder aos curiosos "Como foi?" ou aos atrevidos "Divertiste-te?"? O que escrever sobre dois meses em que o meu coração esteve a todo o gás face ao desconhecido diário e os meus olhos viram imagens que nos livros não aparecem e que o imaginário por muito que tente, não se aproxima da realidade?
Parto assim para uma análise muito curta de dois meses muito longos que agora parecem ter terminado num ápice. Tudo o que é bom acaba rápido, diz o povo. E com razão. Apesar de ter tido momentos difíceis, sou suspeito ao desenhar um balanço de tudo o que aconteceu.
É impossível categorizar o que de novo se passou na minha vida, as emoções vividas, os olhares anónimos, o respirar numa realidade que apesar de ter sido vivida, parece agora pouco mais de um sonho numa manhã em que acordo ainda cansado e com sono. Foi real, eu sei e sinto. Foi intenso e tristemente fugaz. É este sentimento ao concretizar mais uma aventura que me permite agora, sem analisar todos os pedaços de história que escrevi nas recentes páginas da minha vida, dizer que valeu toda a pena do mundo. Valeu o risco do incerto e a ingenuidade de quem nunca viajou. Valeu o salto no escuro para descobrir cores e cheiros que por muitos livros que leia nunca conseguiria alcançar. Valeu logo no primeiro momento em que fechei os olhos e pensei: "Estou do outro lado do mundo...".
Agora que terminou, correria o risco de cair numa vulgar dissertação sobre as modificações que estes dois meses trouxeram na minha vida. Não o faço porque a frieza natural me diz que o choque cultural é apenas choque para mim e que a realidade daquele povo é inadiável mesmo que não goste de pensar que o que falta a muitas crianças não são roupas, livros e brinquedos mas sim comida e um abrigo diferente dos passeios junto às lojas e frente aos hotéis em que dormem os que não falam a única linguagem dessas crianças. A linguagem da sobrevivência.
Não escrevo sobre a construção humana pessoal que esta viagem me proporcionou. De nada me vale escrever sobre as fotografias que não tirei e que são mais fortes do que qualquer outro registo. De nada me vale falar sobre o que nos nossos padrões parece desumano e impossível de conviver com. A ninguém influenciaria positivamente ao escrever sobre as coisas que me tornaram o coração mais mole e modificaram a minha maneira de ver o mundo aos olhos de quem não pode, de quem não tem ou simplesmente a quem não deixam.
Como na Tv, as notícias de fome, guerra e morte são apenas mais algumas no conceito vulgar de algo que apenas acontece muito muito longe da nossa casa. A alteração dessa realidade é difícil apenas porque a alteração de realidades é por definição assim. Para evitar tal realidade nem é preciso mudar de canal, basta apenas considerar comum, usual e primário neste mundo. Não quero com isto dizer que vi o mundo ao contrário no Nepal. Antes o oposto, vi paredes pintadas de branco claro e sorrisos estampados em rostos de cor diferente. Não vi fome e morte. Vi armas mas não vi balas num país embrulhado em arame farpado. Vi demonstrações de opinião que num passado recente seriam impossíveis. Vi evolução. Vi um país do terceiro mundo e como tal, não vi abundância para os menos afortunados. Vi uma aproximação aquilo que teimei em não considerar vulgar e usual. Vi escassez e miséria para alguns e assim percebi que o mundo da televisão, livros e filmes tem cheiro, cor e som diferentes daquele que imaginara. Vi o Nepal com os meus olhos e isso para mim é maior do que qualquer livro que ficou por ler ou qualquer grande plano ou sonho que ficou por realizar.
São as saudades do Nepal e dos dois meses fora de Portugal que me dizem "foi qualquer coisa". Comi, caguei e vivi como um nepalês. Sinceramente, a liberdade de cuspir no chão, de tirar macacos do nariz frente a todos e de andar a pé descalço sem ter alguém a dizer que é incorrecto ou socialmente reprovável deixam-me agora a pensar em regras e jogos sociais que estão tão enraizados no ocidente que é difícil evitar mesmo que o conforto pessoal esteja em primeiro lugar.
Não me extendo mais em palavras que não chegam para explicar o que vivi. A maneira mais eficaz de sentir algum impacto da minha experiência é vive-la pessoalmente. Por isso escrevo:
Se algum dia tiverem a oportunidade de partir: Força! O mundo é grande, muito grande.


Resta-me agradecer a todos os que me atentamente seguiram estes dois meses diferentes da minha vida. A todos eles e em especial à minha mãe, um muito obrigado!



Sunday, July 02, 2006

Going Back Now

Perdi-me nas ruas de Bhaktapur na semana passada.
Foram dois dias misturado com o ar preservado de edifícios e ruas do século doze. Tudo é feito de tijolo e a cor deste quando o sol se deita é algo indecifrável. Não me preocupei em tirar fotos de tal momento. Toda a cidade respira religião e mesmo depois de ter lido sobre as dezenas de templos que iria encontrar fiquei pasmado com a dimensão cultural. A cada esquina há um local de oração, um cheiro diferente de incenso e pétalas espalhadas pelo chão.
A noite foi inesperada. Ao passear pelos becos e caminhos da cidade, às nove horas em ponto grupos de idosos começaram a cantar orações em uníssono. Lindo. O mais impressionante é que quando os sinos tocaram outra vez a melodia terminou no mesmo instante, prova de que estas reuniões de anciãos se fazem sobre a lua há muito tempo.
Passei três dias num orfanato. Ainda, mais uma vez, não digeri tudo o que me aconteceu. Apesar de estar doente enquanto escrevo, isto três dias depois de ter regressado e muito provavelmente porque a cozinha ao ar livre era a apenas alguns metros do esgoto da casa, vim recheado de alegria oferecida a todos os instantes pelas crianças. Desta vez não encontrei apoiantes dos Maoístas. Pelo contrário. As crianças que se conseguiam expressar em inglês manifestaram o desagrado pelo exército do povo, amado por toda a gente com que me cruzei. Razão? Simples. Todas elas viram morrer pais, mães, irmãos ou amigos da mesma aldeia. Mortos pelos Maoístas ou nos confrontos entre o exército do rei e estes.
Pela primeira vez neste novo tempo de paz e de futura democracia vi que a guerra tem mais do que um lado sénior. Estas crianças são felizes juntas mas nota-se que, para além de vegetais, carecem de afecto e de dedicação individual.
Restam-me uns dias no Nepal. Vou passá-los à maneira ocidental. A gastar dinheiro em recordações e coisas que daqui a uns anos acabarão no caixote do lixo e vou ver a nossa selecção a jogar com um bando de ingleses. Deus sabe o quanto eu quero gritar golo, mesmo se esta diarreia ainda não tiver passado.
Parto triste porque agora desejava continuar a viajar e a conhecer mais Nepal (e muito ficou por conhecer) e quem sabe mais Ásia. Parto contente porque vou regressar ao meu canto e por uma data de razões que quando estiver aviado de super bocks serão poesia para os mais boémios.
Até já

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